terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O que eu fiz com meu refluxo e queimação?

Este é um estudo de caso: o meu caso! Vou contar como saí da azia, queimação, refluxo para uma vida sem esses sintomas. E hoje, mesmo com uma pequena hérnia de hiato e duas receitas médicas com omeprazol na gaveta, vivo bem apenas tomando cuidados com alimentação, corpo e mente.

Há 1 ano e 6 meses atrás eu estava no auge dos sintomas. Sentia, ora queimação, ora azia (parecia que havia uma mão fechada pressionando a barriga na altura do estômago). Mas a solução que os médicos me deram era de tomar omeprazol por muitos anos.

Hoje percebo que os primeiros sintomas datam de 22 anos atrás, quando tinha meus 15 anos: tosse seca que durava semanas, excesso de flatulência após refeições; pigarro por alguns dias; tosse seca após exalar totalmente o ar dos pulmões. Estes eram sintomas sutis, que não me ajudaram a descobrir o problema, mas que cito-os para que sirvam de sinais.

No auge do problema, os sintomas se apresentaram como: queimação, acidez repentina na garganta (parecia que eu tinha tomado uma agulhada), azia (um sentimento de que o estômago estava apertado/embrulhado), aí sim procurei um gastroenterologista e tive o diagnóstico.

O que os médicos que consultei fizeram foi receitar um supressor da produção do suco gástrico. Porém, dentre as várias pesquisas que realizei pela internet, ouvi outras opiniões médicas, e dentre elas a que diz que diminuir a acidez só faz piorar o refluxo, pois com pH baixo o esfincter superior do estomago fica mais relaxado. Se é verdade eu não sei, mas que encontrei contradições, isso encontrei.

O que eu sentia era tanta queimação... Tinha que ter alguma coisa a se fazer!

Observei que, mesmo no auge da crise, quando eu ia a um churrasco, comia muita carne (supostamente de difícil digestão), e não tinha sintomas de queimação, azia ou refluxo. Isso me intrigava, e então comecei a fazer pesquisas.

Comecei a pesquisar em todos os sites que julguei serem sérios, em português e inglês. Reuni muitas dicas e segui um planejamento. Deu certo pra mim! Sei que não sarei, mas pelo menos não tenho mais os sintomas. Passo a descrever o que fiz.


Dentre as dicas que encontrei, dividi-as em dois momentos: 1) O que eu deveria fazer em momentos de crise, ou seja, sentindo queimação e refluxo, e; 2) O que eu deveria fazer quando os sintomas estiverem controlados.

Seguem as dicas que obtive em diversos sites na internet e que me ajudaram muito. POR FAVOR, nos comentários, conte sua história, vamos nos ajudar, ok? Este é o objetivo desta postagem:


NOS TEMPOS DE FORTE CRISE

1) Ingeri ZERO veneno: há muitos alimentos que sabemos serem prejudiciais à saúde: embutidos, enlatados, empacotados, e quase tudo que dura meses fora da geladeira sem estragar nas gôndolas dos supermercados. Entretanto, descobri que existem alguns outros produtos prejudiciais mas que são classificados por nós como "saudáveis". Os campeões dessa turminha de veneno disfarçado de alimento saudável são: trigo (sim, trigo), óleos vegetais (soja, canola, milho); leite de caixinha (UHT).

  • Sobre o trigo, dê uma pesquisada, o trigo atualmente consumido é algo geneticamente muito diferente do trigo original da natureza. Pesquise sobre o trigo! Existem dois problemas em nosso trigo moderno: 1) a quantidade exorbitante de glúten; 2) o índice glicêmico que chega a ser mais alto do que o do açúcar. Eu li o livro "barriga de trigo" e descobri muita coisa. Recomendo fortemente a leitura. Particularmente considero o trigo moderno um dos piores venenos com rótulo de alimento, pois é muito difundido como "saudável".
  • O leite de caixinha (UHT). Esse nunca me enganou! O leite original apodrece de um dia para o outro se estiver fora da geladeira. O leite de caixinha dura 4 meses nas gôndolas? Nem precisa falar nada. Se você quer tomar leite, melhor o de saquinho.
  • Óleo vegetal: Já ouviu falar em alguma planta cujo fruto continha óleo puro? Não. Em nossa evolução, o corpo só teve contato com óleo de origem animal e castanhas com alta concentração de óleos. Portanto, estes seriam mais recomendados. Passei a cozinhar principalmente com banha de porco, mas às vezes com manteiga de leite, e raramente com azeite ou óleo de côco.
2) Evitar a todo custo alimentos com alto índice glicêmico. Do pior para o menos ruim temos: amidos, polvilho, trigo integral, trigo branco, açúcar. Não acredita? Pesquise pelo termo "amilopectina A" e depois tire sua conclusão.
  • Polvilho faz pão de queijo e tapioca. Durante a crise de refluxo e queimação, melhor não.
  • Comeu alguma coisa com índice glicêmico mais alto? Não ingerir nada gorduroso. A mistura de glicose e gordura é muito ruim para nosso corpo.
3) Evitar:
  • Ketchup, extrato de tomate;
  • Comida muito temperada, ou seja, cheia de condimentos;
  • Comida com muita variedade. Procurava ingerir pouca variedade na hora do almoço/jantar. Nada de pegar um pouco de cada coisa no self-service. No máximo 4 ou 5 variedades.
  • Água antes ou durante almoço e jantar. Sucos então, nem pensar, pois estará misturando açúcar com as gorduras do alimento.
  • Sobremesa? Não. Você já sabe o porquê.
  • Café, chocolate, pimenta, chá mate; pimentão. Se não aguentar ficar em café, então tome só um pouquinho e com estômago cheio.
  • Embutidos, comida industrializada, refrigerante, zero álcool, zero cigarros, e todo tipo de veneno que o ser humano costuma colocar na boca.É muito simples, se não perde com facilidade, é porque está cheio de conservantes, ou seja, está cheio de veneno. Alimento saudável costuma também ser bem perecível.
  • Líquidos muito quentes ou muito gelados. Não tomei água 'trincando', nem chás quentes;
  • Refrigerante, álcool e cigarro? De jeito nenhum. Nem água com gás. No máximo um pouco de água tônica, isso sim me fazia bem.
4) Outros hábitos que me ajudaram profundamente durante a crise:

  • Tomei 1,5 colher de chá de VINAGRE CIDRA DE MAÇÃ diluído num pouco de água, 15 minutos antes do almoço. Após beber, eu enxaguava a boca tomando mais um pouco de água pura. Isso ajudava a adestrar o meu estômago quanto à hora de produzir ácido gástrico. Aliás, esse foi um dos principais procedimentos que deram resultado. Achei tão interessante essa dica que encontrei em algum lugar dessa internet, que até comprei e li o livro "As Maravilhas do Vinagre de Maçã: Receitas para Saúde, a Casa e a Beleza", por Bianca Albert. É um livro que cita diversas pesquisas científicas publicadas. Vale a pena a leitura. 
  • Todos os dias em jejum mastigava meia folha de bálsamo (Sedum dendroideum) ou um cubinho pequeno de miolo de babosa e tomava um copo de água natural. O bálsamo em contato com meu estômago dava uma sensação de alívio muito grande. Já a babosa, tomei porque durante minhas pesquisas ouvi um médico dizer que se existe a chance de alguma coisa curar uma gastrite, essa coisa é a babosa.
  • Orientações mecânicas: Observei minha postura. Mas é claro! Pense em seu estômago como um balão cheio de água, porém com um "esfincter" segurando esse líquido. Se você pressioná-lo demais, não há esfincter que segure seu conteúdo. Por isso, ajustei minha postura principalmente ao permanecer sentado, e também ajustei minha cadeira de trabalho. Especialmente durante e após as refeições.
  • Outra mania que tinha era de ficar com o abdômen contraído o tempo todo. O resultado era que havia uma pressão excessiva em meu estômago. Relaxar os músculos da barriga fizeram ela mostrar sua verdadeira forma rsrs, mas ajudou a evitar o refluxo.
  • Dormir virado para o lado esquerdo foi muito importante também, pois, observando a anatomia do estômago, percebe-se que se você dorme virado para o lado esquerdo, a maioria do líquido fica abaixo da linha do esôfago, e não acima, contribuindo para o objetivo.
  • Dormia inclinado a pelo menos 30 graus quando à noite a crise estava forte. Quando a crise não estava tão forte, apenas dormia virado para esquerda.
  • Quando sentia vontade de pigarrear, não pigarreava, ao invés, gargarejava com água. Resolvia o problema e não provocava queimação.
  • Não tomava água 20 minutos antes de me deitar.
  • Jamais comia em intervalos inferiores a 3 horas, e nem ficava mais de 5 hora sem comer. Isso foi essencial.

5) Orientações psicológicas: com a ajuda adequada, diminuí o estresse e aprendi a respirar melhor. PAZ e respiração contribuíram para que na esfera psicológica eu estivesse promovendo saúde.
  • Aprender a respirar é essencial para qualquer tipo de promoção de saúde. E isso foi essencial para que eu pudesse superar estes sintomas.
  • Especialmente durante as refeições, foi muito importante que eu tivesse um momento agradável, sem pressa, sem pressões ou assuntos estressantes.
  • Aceitar algumas coisas e não tentar apressar resultados me ajudaram a reduzir o nível de estresse.
6) Fazia questão de ingerir sempre que possível:
  • maçã;
  • alimentos com baixo índice glicêmico;
7) Cafés da manhã sem trigo. São estranhos, mas depois que me acostumei, não volto para o pãozinho, pois me alimentam sem gerar os sintomas indesejados de refluxo e me mantém saciado por muito mais tempo do que quando eu comia pão.
  • Mingau de aveia com fruta no café da manhã. O mingau de aveia acalmava meu estômago incrivelmente. Eu colocava uma fruta picada no leite, algumas colheres de aveia, mel ou açúcar mascavo e quando fervia o leite, era só desligar e esperar uns 15 minutos. Esse era o tempo que eu tinha para me arrumar para o trabalho.
  • Outra opção era omelete com queijo e espinafre. Feito com manteiga de leite ou banha de porco.
  • Para variar, alguns dias eu deixava uma sopa de legumes pronta para comer de manhã. Ou ainda, uma mistura de tubérculos feitos na pressão. Tudo com pouco tempero. Às vezes adicionava frango desfiado.
  • Sempre fazia um pouco de suco de frutas sem adição de açúcar para acompanhar. Só não exagerava no líquido. Às vezes eu tomava o suco antes de me arrumar para o trabalho, e comia só após estar pronto para o mesmo.
  • Outra opção era fazer panqueca de aveia. 
  • Só não experimentei desjejuns orientais com arroz. Mas acredito ser uma boa pedida.

8) Se estivesse com queimação, tomava um pouco de Gastrol Líquido para dar uma acalmada. Se sentisse que tive um pouco de refluxo, tomava meia colher de chá de gastrol líquido para proteger o esôfago. Se sentisse azia (que parece uma dor que não queima), tomava suco de meio limão sem açúcar.
  • Às vezes, ao me deitar, eu sentia um pouco de reluxo. Então eu tomava meia colher de gastrol para dar uma protegida no meu esôfago. Acho que dava certo, pois após alguns dias, aquela tosse seca passava. Já não demorava meses como antes demorava.

9) Uma dica que assisti no youtube, de uma médica americana, é a de comer ou carboidratos ou proteínas em momentos separados do dia. Isso explica porque eu não tinha problemas nos dias os quais eu comia churrasco. Adaptando um pouco esta dica, durante as crises, o que eu fazia era comer primeiro a carne que estava em meu prato, e somente depois comer o carboidrato.

10) Timming de produção de ácido gástrico: o que eu percebia durante a crise, na minha leiga visão, era que o estômago não tinha a medida certa de produção de ácido. Nem em termos de quantidade, nem em termos de horário de produção. Isso é apenas uma impressão minha. Ora tinha ácido demais e sentia queimação, ora tinha de menos e sentia azia. E as horas não coincidiam com os momentos das refeições.
  • Acho que o vinagre antes das refeições, e o fato de comer de 3 em 3 horas ajudou a educar meu estômago para produzir mais ácido nas hora certas. E é claro, comer nos mesmos horários me ajudou muito também.
  • Acredito também, que aquelas micro-doses de Gastrol ajudaram a educar meu estômago para as horas em que ele não precisava agir com tanta força. E era com força heim meu amigo, meu Deus!
11) OBSERVE! Essa é a dica final para os momentos de crise. Observar o corpo e suas reações. O que eu como que dá zebra? O que eu faço, penso que me faz mal? O que eu faço, penso, como que me faz bem? O corpo dá muitos feed backs. O que faz mal para um, não faz para o outro e vice-versa.

Bem, das dicas que pesquisei, se você me perguntar quais foram as que realmente fizeram toda a diferença eu digo que são as seguintes: NÃO COMER trigo, polvilho, leite de caixinha, óleo vegetal e comidas muito temperadas; o uso do vinagre de sidra de maçã 15 minutos antes das principais refeições; a questão da postura corporal; da posição de dormir (pelo menos sobre o lado esquerdo, quando não conseguia dormir inclinado); e a paz e harmonia durante o dia (em especial durante as refeições). Estes foram os comportamentos que fizeram mais diferença. Ah, sim, a água em jejum e o gargarejo com água ao invés de pigarrear também foram fundamentais.



EM ÉPOCAS SEM SINTOMAS

Agora estou melhor, mas sei que não estou curado, então, o que tem me mantido bem é:

1) Comer apenas de vez em quando, ou comer pouco quando comer:
  • Trigo e tudo que tiver trigo. Como pão umas 2 vezes por mês, e pizza uma vez por mês. Quando faço macarronada, utilizo a massa GRANO DURO, que segundo o livro "Barriga de Trigo", este possui mais semelhança com o trigo original da natureza;
  • Polvilho;
  • Ketchup, extrato de tomate;
  • Comida muito temperada, ou seja, cheia de condimentos;
  • Comida com muita variedade. Procuro ingerir pouca variedade na hora do almoço/jantar. Nada de pegar um pouco de cada coisa no self-service;
  • SOMENTE EM ÚLTIMO CASO: Leite de caixinha UHT. Esqueci dessa praga. Troquei pelo leite de saquinho;
  • SOMENTE EM ÚLTIMO CASO: Gordura vegetal (exceto óleo de coco e azeite). Troquei pela banha de porco e também usei manteiga de leite;
  • Líquidos durante almoço e jantar;
  • Café, chocolate, pimenta, chá mate. Café eu tomo apenas 1 xícara por dia.
  • Embutidos, comida industrializada, refrigerante, álcool, zero cigarros, e todo tipo de veneno que o ser humano inventou para comer. 
  • Líquidos muito quentes ou muito gelados.
2) Tenho tomado 1,5 colher de chá de VINAGRE CIDRA DE MAÇÃ, de vez enquando.

3) Todos os dias tenho tomado em jejum um copo de água natural.

4) Tento observar sempre minha postura.

5) Tento ficar em paz: meditar, respirar (o ar é gratuito), dar valor naquilo que temos, buscar a paz. Alimentar-se em paz. JAMAIS falar assuntos pesados durante as refeições. Aliás, parar de falar assuntos atrasados só vai fazer bem.

6) Tento ingerir sempre que possível: maçã; alimentos com baixo índice glicêmico;

7) Quando sinto vontade de pigarrear, excesso de flatulência, ou qualquer sintoma sutil, já fico atento e aumento o rigor da dieta por alguns dias.

9) Durmo virado para o lado esquerdo, devido o posicionamento anatômico do estômago;

10) Quando vou tomar água antes de me deitar tomo pouquíssima quantidade;

11) Evito comer em intervalos inferiores a 3 horas;

12) Tenho um sachê de gastrol na carteira para o caso de emergência.

13) Dica final: exercícios físicos e busca de higiene mental. Isso só te faz bem!

Basicamente é isso. Espero que, caso você já tenha passado por isso, conte sua história de sucesso aqui nos comentários e compartilhe o que deu certo para você que já sofreu desse mal.

4 comentários:

Marco Túlio disse...

Sensacional! Parabéns pelas dicas! Você é um exemplo de dedicação e disciplina! Com certeza vai ajudar centenas de pessoas.

Unknown disse...

Muito bom, excelente estudo. Vários dos procedimentos descritos já são aplicados por mim com excelentes resultados.

cirurgia do refluxo gastroesofágico bh disse...

Ótimo blog, amei!

Anônimo disse...

Olá, Boa noite.
Parabéns mesmo pelas dicas preciosas que vc deu. O que vc fez chaga a ser um ato de solidariedade, pois sabemos que refluxo e gastrite são problemas muito difíceis, só que sofre com eles sabe. Obrigada.